quinta-feira, 27 de setembro de 2007

 

A CASA DO PÓ

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Autor: FERNANDO CAMPOS
Editor: Difel - Difusão Editorial, Lda.
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Romance histórico nas rigorosas reconstituições factuais e locais, no recorte de muitas figuras que atravessam a cena, ficção na intriga e no delineamento de personagens inteiramente criadas ou apenas recriadas, "A Casa do Pó" tem como pano de fundo um drama ocorrido em Portugal, no século XVI, protagonizado por membros da mais alta nobreza das cortes de D. Manuel I e D. João III.
Drama envolto em mistério, teve o condão de apaixonar a opinião pública da época e de inflamar a pena de escritores coevos ou posteriores.
"A Casa do Pó" lança sobre os factos uma curiosa hipótese que, não podendo ser mais do que isso à míngua de documentos, é verosímil, hábil e logicamente tecida. A acção estende-se por Portugal, Espanha e toda a bacia mediterrânica dominada por Venezianos e Turcos, até à Palestina e nela se sucedem episódios cheios de lirismo, de crueldade e de aventura. Um humor delicado e uma boa dose de «suspense», à maneira dos bons policiais, são outras marcas do texto.
Mas o autor, ele mesmo o escreve em nota final, não pretendeu apenas fazer uma mera incursão pelo chamado romance histórico. Aflora velhos problemas da humanidade que, vindos de há séculos, ainda hoje persistem nos mesmos cenários, saltando mesmo para outros mais alargados e vastos.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

 

FADO TRÁGICO

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Que dia tão mais noite que esta noite
onde a lua de Outubro amanhecia
que dia tão mais noite que esta noite
que noite tão mais dia que este dia.

Que abraço como o traço de um açoite
marcado a sangrar na carne fria
que dia tão mais noite que esta noite
a raiva que de ti me despedia.

Ó meu amor que noite tão de noite
como a noite que em nós de noite havia
era de noite sim e foi de noite

que a lua em mim nascida em ti morria
que noite tão mais noite que esta noite
que dia tão mais dia que este dia.

ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Do livro: LETRINHAS DE CANTIGAS

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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

 

JÚLIO DANTAS

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É um dos mais polémicos nomes da cultura portuguesa.
Natural de Lagos, onde nasceu a 19 de Junho de 1876, foi poeta, dramaturgo, jornalista, médico, diplomata e académico.
A sua obra, dispersa por vários géneros, foi aclamada por muitos mas também alvo de severas críticas de outros, á frente dos quais os chamados pós-modernistas que a consideraram modelo de estagnação da cultura portuguesa. Entre os seus críticos destacou-se Almada Negreiros que lhe dedicou mesmo, em 1916, um mordaz "Manifesto Anti-Dantas".
Licenciado em medicina com a tese «Poetas e Poemas de Rilhafoles», Júlio Dantas desempenhou vários cargos oficiais. Foi presidente da Academia de Ciências, inspector do Conservatório Nacional, deputado, ministro da Instrução Pública e dos Negócios Estrangeiros, presidente do directório do Partido Nacionalista e colaborador de vários jornais e revistas.
Em 1896, com o livro de poemas intitulado Nada, estreia-se nas letras. Porém, sua obra mais conhecida intitula-se A Ceia dos Cardeais, publicada em 1902, a "obra de teatro português mais traduzida e mais representada no mundo" no dizer do próprio autor, a quando da comemoração do cinquentenário da sua publicação.
Júlio Dantas viu muitos dos seus textos adaptados a operetas e até ao cinema.
Morreu em Lisboa, a 25 de Maio de 1962, não sem antes ter assistido à tentativa de diversos críticos de salvaguardarem algumas das suas obras, elogiando diversos aspectos positivos dos seus escritos.

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segunda-feira, 17 de setembro de 2007

 

ELIA KAZAN

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Nasceu em Constantinopla, na Turquia, a 7 de Setembro de 1909, filho de pais gregos.
Quando Elia Kazan tinha dois anos a família Kazanjolous foi viver para Berlim mas pouco tempo lá se manteve sendo obrigada a regressar a Constantinopla por dificuldades económicas. Seu pai emigra então para a América e, em 1913, o resto da família vai ter com ele.
Elia Kazan frequenta a Mayflower School e a New Rochelle High. Obtém boas classificações, sobretudo em matemática. Em 1926 ingressa no Williams College onde acaba por se formar 'cum laude'. Nas férias frequenta, com assiduidade, os teatros de Nova Iorque. Finda a sua estadia em Williams decide matricular-se na Yale University Drame School. Pensava apenas aumentar os seus conhecimentos.
Em 1932 casa com Molly Day Thacher, estudante também em Yale.
Em 1933 faz parte do famoso Group Theatre onde abandona a carreira de actor e se dedica à cenografia. É no Group Theatre que conhece Clifford Odets, em cujas peças vem a revelar-se, afinal, um excelente comediante. Permanece oito anos como actor do grupo onde contracena com Luther Adler, Sylvia Sidney, Ingrid Bergman e Burgess Meredith. Ao mesmo tempo inicia a carreira de encenador vindo a obter, em 1941, já depois da extinção do Group Thetre, um grande êxito, na peça de Tornton Wilder, intitulada 'Skin of our teeth'. O sucesso obtido leva-o a Nova Iorque onde, a partir de 1942, dirige várias peças.
Em 1943 presta serviço na Nova Guiné e nas Filipinas.
Após alguns inêxitos, em 1946 é de novo saudado pela direcção da peça de Miller 'Todos eram meus filhos'. É por esta altura que inicia a sua carreira como realizador de cinema, salientando-se nas películas 'Boomerang' e 'Gentleman's Agreement'. Em 1948, esta película é considerada pelos críticos como a melhor do ano. Também, no mesmo ano, recebe o prémio de direcção teatral pela peça de Tenessee Williams 'Um eléctrico chamado desejo'.
A sua actividade como homem de teatro e cinema prosseguiu, tendo realizado dezenas de filmes de sucesso contínuo como 'Há Lodo no Cais', 'América, América', 'Fúria de Viver', 'Esplendor na Relva', 'A Leste do Paraíso', entre outros.
A partir de certa altura Kazan acrescentou às suas actividades a de autor dos guiões dos seus filmes, que depois transformou em romances, como sucedeu com 'O Compromisso', em cujo filme Kirk Douglas desempenha o papel principal.

Elia Kazan faleceu em Nova Iorque, a 28 de Setembro de 2003, com 94 anos.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

 

AMORRITAS

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Antigo povo semita, os amorritas dominaram a história da Mesopotâmia, da Síria e da Palestina, no período entre 2.000 a.C. e 1.600 a.C., dando origem a uma grande civilização.
Povo de características nómadas, provavelmente originário da Arábia, foi, segundo se crê, o causador da queda da III dinastia de Ur (cerca de 2.112 a.C. a 2.004 a.C.).
No II milénio a.C. o termo Amurrú (nação da qual os amorritas foram os primitivos membros), referia-se não só ao grupo étnico, mas também à linguagem e à unidade geográfica e política na Síria e na Palestina.
No início do milénio, uma migração em grande escala de várias tribos da Arábia resultou na ocupação da Babilónia, de várias regiões do rio Eufrates, da Síria e da Palestina.
A partir de 1.600 a.C. a língua dos amorritas desapareceu da Babilónia, mas na Síria e na Palestina tornou-se dominante.
Em inscrições assírias, datadas de cerca de 1.100 a.C. o termo Amurrú designava parte da Síria e de toda a Fenícia e Palestina, embora não se referisse especificamente a nenhum reino, povo ou linguagem.

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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

 

DEUS NASCEU NO EXÍLIO

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Título Original: DIEU EST NÉ EN EXIL
Autor: VINTILA HORIA
Tradução: Isabel Gentil Penha Ferreira
Edição: AMBAR-Complexo Industrial Gráfico, S.A.
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Um homem está só e doente, nos confins do Império Romano, frente ao Mar Negro.
Esse homem é um poeta.
Desterrado por ordem de Augusto, abandonou precipitadamente o fausto de Roma, a família, os pares escritores. As razões do decreto imperial são misteriosas mas podem ter a ver com os seus versos licenciosos, que incentivam ao amor.
As notícias de Roma escasseiam. Poucas coisas podem aliviar o seu desespero: uma mulher, um Deus?

DEUS NASCEU NO EXÍLIO é uma obra extraordinária e emocionante, inspirada no exílio de Ovídio no Mar Negro e na sua descoberta de um Deus único.

Este romance foi galardoado em 1960 com o Prémio Goncourt, o maior galardão literário francês.

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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

 

SARAJEVO

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A Europa descobriu, de forma violenta, que a guerra não era um fenómeno só reservado a outras paragens, na década de 90. Desde a II Guerra Mundial que o Velho Continente não sentia o troar dos canhões. Foi preciso que a Jugoslávia começasse a desintegrar-se, uma dezena de anos após a morte do seu líder histórico, o marechal Tito.
Com as cisões a surgir em quase todas as repúblicas do país balcânico, a Sérvia não se mostrou disposta a aceitar que os povos vizinhos seguissem o seu caminho e os conflitos eclodiram um pouco por toda a parte. Primeiro foi a Eslovénia e depois a Croácia a terem que enfrentar o Exército federal e as milícias das comunidades sérvias locais. Aí os conflitos fizeram muitos mortos, mas nada que se comparasse com o que veio a ocorrer, entre 1992 e 1995, na Bósnia-Herzegovina. A crueldade humana recordou que o nazismo e o seu cortejo de horrores podiam repetir-se. O Homem continuava mau e perverso, capaz de cometer todo o tipo de atrocidades ao seu semelhante. Mesmo na civilizada e desenvolvida Velha Europa.
Entre os muitos palcos que presenciaram torturas, violações, limpezas étnicas e campos de concentração, Sarajevo, onde uma batalha e um longo cerco fizeram história, foi o marco mais importante. Doze mil pessoas perderam a vida (entre os quais mais de mil crianças) e a matança generalizada só terminou porque a comunidade internacional, depois de um longo período de indesculpável imparcialidade, resolveu intervir.
(...)

Do livro: SARAJEVO
Colecção: Grandes Batalhas da História Universal
Obra Organizada e dirigida por: QuidNovis

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sábado, 1 de setembro de 2007

 

CHESAPEAKE

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Título Original: CHESAPEAKE
Autor: JAMES A. MICHENER
Tradução: Joaquim Duarte Peixoto
Editor: Francisco Lyon de Castro
Publicações Europa-América

Chesapeake é uma baía no continente americano.
Mas Chesapeake é também o título escolhido por James A. Michener para a história, que nos conta, sobre a colonização de Maryland e da Virgínia, e mais latamente a história da colonização da América do Norte.
Em dois volumes, que nos prendem do início ao fim, James Michener arrasta-nos por sucessivas viagens, tendo cada uma o seu herói. O autor vai construindo, nessas viagens, que vão desde a empreendida pelo índio Pentaquod - exilado da sua tribo em 1583 -, até à do capitão Turlock - homem do mar, em duelo de morte com o seu adversário britânico, capitão Gatch - um colorido mosaico étnico, social, religioso e económico que, no final da leitura, nos deixa uma perspectiva do cadinho que, de facto, são os Estados Unidos.
Ao longo da obra, Michener vai-nos apresentando as múltiplas razões que levaram os colonos até à baía de Chesapeake - razões que são afinal as que a própria América continua a procurar no intuito de encontrar as suas raízes.

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