quarta-feira, 20 de agosto de 2008

 

INDEPENDÊNCIA AMERICANA

.
A aprovação, em Londres, da "Lei do Chá" - que conferia o monopólio do comércio desse produto à Companhia Britânica das Índias Orientais - foi a faísca que fez explodir a revolta da colónia norte-americana . Num par de anos, a próspera colónia britânica transformar-se-ia num novo país, os Estados Unidos da América.
Os norte-americanos, que começaram por reivindicar igualdade de direitos com os britânicos, tiveram que travar uma dura guerra de independência, face a um adversário que era, ao tempo, «o senhor dos mares».
Desencadeada a partir da Batalha de Lexington, em 1775, a luta arrastou-se para além da proclamação da Declaração de Independência. feita em Filadélfia, a 4 de Julho de 1776. Na verdade, apenas pelo Tratado de Versalhes, assinado em 1783, a guerra terminou oficialmente e a Inglaterra reconheceu como país as suas antigas 13 colónias.
Elevadas à condição de estados da União, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Connecticut, Delaware, Geórgia, Maryland, Massachussetts, New Hampshire, New Jersey, New York, Pensilvânia, Rhode Island e Virgínia ratificaram em 1789 a sua primeira Constituição e elegeram George Washington como seu primeiro presidente.

Etiquetas:


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

 

DIOGO DO COUTO

.
Cronista excepcional, testemunha priviligiada da presença portuguesa no Oriente, Diogo do Couto nasceu em Lisboa, no ano de 1542.
No colégio jesuíta de Santo Antão, estudou Latim e Retórica. Antes de em 1559, partir para a Índia, para seguir a carreira das armas, foi moço de câmara na côrte. Como soldado participou, ao longo de uma década, em pugnas diversas que consolidadam a presença portuguesa no subcontinente indiano.
De regresso a Portugal, onde permaneceu dois anos antes de retornar de novo ao Oriente, vai descobrir Camões em Moçambique, com dívidas e sem dinheiro para voltar. Diogo do Couto, com outros, disponibiliza-se a ajudar o poeta, possibilitando-lhe a apresentação, na capital, da sua obra maior.
De novo em Goa, Diogo do Couto é nomeado guarda-mor do arquivo da Torre do Tombo da Índia, sendo-lhe cometida a missão de continuar as "Décadas" de João de Barros. Estes relatos serão a sua principal obra, conjuntamente com o famoso «Diálogo do Soldado Prático». Nele, Diogo do Couto critica a corrupção, mau funcionamento e ganância que grassa entre muitos dos que mandam em Goa, no auge da dinastia filipina. Numa linguagem muito directa, quase crua, de grande simplicidade, traça um fresco de ampla envergadura, não hesitando em descer ao pormenor de carácter chistoso, à pequena história ilustrativa, ao episódio grotesco.
Diogo do Couto morreu em Goa, no ano de 1616.
(Fonte de informação: Grandes Protagonistas da História de Portugal)

Etiquetas:


sexta-feira, 8 de agosto de 2008

 

UM REINO MARAVILHOSO (Trás-os-Montes)

"...
Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que debaixo o seca, erguem-se os muros do milagre. Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo.
Mas a terra é a própria generosidade ao natural. Como num paraíso, basta estender a mão. Produz batata, azeite, cortiça e linho. Batata farinhuda, que se desfaz na boca; azeite loiro, que sai em luz da almotolia; cortiça que deixa os sobreiros nus para agasalhar os enxames; e linho fresco, fino, que, tecido em lençóis, faz o bragal das noivas.
De figos, nozes, amêndoas, maçãs, peras, cerejas e laranjas nem vale a pena falar. São mimos dum pomar variegado, que nenhuma imaginação descreve quando a primavera estala nos ramos. Ver uma encosta de Barca de Alva coberta de flores de amendoeira, ou o solar de Mateus a emergir dum mar de corolas sortidas, é contemplar o inefável. Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem. Só em Novembro as agita uma inquietação funda, dolorosa, que as faz lançar ao chão lágrimas que são ouriços. Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos deixam ver numa cama fofa a maravilha singular de que falo, tão desafectada que até no próprio nome é doce e modesta - a castanha. Assada, no S. Martinho, serve de lastro à prova do vinho novo. Cozida, no Janeiro glacial, aquece as mãos e a boca de pobres e ricos. Crua, engorda os porcos, com a vossa licença..."
.

DO LIVRO: PORTUGAL
AUTOR: MIGUEL TORGA
EDITORA: DOM QUIXOTE

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]