segunda-feira, 24 de setembro de 2007

 

FADO TRÁGICO

.
Que dia tão mais noite que esta noite
onde a lua de Outubro amanhecia
que dia tão mais noite que esta noite
que noite tão mais dia que este dia.

Que abraço como o traço de um açoite
marcado a sangrar na carne fria
que dia tão mais noite que esta noite
a raiva que de ti me despedia.

Ó meu amor que noite tão de noite
como a noite que em nós de noite havia
era de noite sim e foi de noite

que a lua em mim nascida em ti morria
que noite tão mais noite que esta noite
que dia tão mais dia que este dia.

ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Do livro: LETRINHAS DE CANTIGAS

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Comentários:
Belo, este poema.

Um abraço
 
Um belo soneto.
Beijinhos
 
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