terça-feira, 1 de maio de 2007

 

INÊS DE CASTRO


Título Original: INÊS DE CASTRO

Autora: MARIA PILAR QUERALT DEL HIERRO

Tradução: Saul Barata

Editora: Editorial Presença

Naquela manhã brumosa em que Inês, com apenas dez anos, contempla os contornos do castelo de Penafiel, ao lado da ama que a acompanhará até ao último dos seus dias, contempla também, sem o saber, o cenário onde terá início o primeiro acto de uma tragédia que ficará para a história como uma das mais belas histórias de amor de sempre, inalterada no seu imenso fascínio.

A ama, inocente do seu peso trágico, pronuncia as palavras que o destino se encarregará de fazer cumprir - «um príncipe amar-te-á pelo teu colo de garça e pelos teus cabelos loiros e as tuas fontes virão a ser cingidas por uma coroa real». -

Em Penafiel Inês e Constança tornar-se-ão irmãs de alma, unidas por uma mesma fortuna. E se um dia mais tarde o príncipe português virá a respeitar Constança, já sua mulher, pela sensatez e serenidade do seu caracter, amará perdidamente Inês pelo fogo arrebatador do seu temperamento: «Inês era a força da cascata, o rumor do mar enraivecido, o roçar do vento quando o cavalo se lança a galope».

A mesma dor culposa dilacera os espíritos dos dois amantes, incapazes de resistir ao ímpeto amoroso que os consome e lhes dá a razão de viver, agastados pelo estatuto de traidores a que esse mesmo sentimento os condena e que tem por vítimas não apenas Constança, mas aqueles três seres que a sorte caprichosa e insensata havia de juntar por caminhos tão tortuosos. A morte de D. Constança afasta momentaneamente os amantes, mas será então que Pedro e Inês irão viver, no esplendor idílico da Quinta das Lágrimas, as horas mais felizes do seu infortunado amor «naquele engano de alma, ledo e cego,/ que a Fortuna não deixa durar muito».

Mas o destino inflama já nos corações de alguns nobres da corte portuguesa as facas da ambição, as mesmas lâminas sacrílegas que haverão de manchar de sangue o esbelto pescoço de Inês e de remorso a consciência de D. Afonso IV.

A aura de mistério e romantismo que envolverão para sempre a figura de Inês de Castro, a sua beleza lendária, a poesia trágica da sua vida foram magistralmente captadas pela pena de Maria Pilar Queralt del Hierro, numa obra que perdurará, certamente, na memória de cada leitor.

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Comentários:
de cor, de palavras e de sonhos se faz a vida. Colhe lírios, abraça borboletas, respira Maio e degusta a liberdade.


S._________________________







Beijinhos embrulhados em abraços

e que os teus sonhos, também os tens, se realizem com cheiro de Abril e sabor de Maio.
 
Não tem fim. A História e a Lenda misturam-se para contar uma das mais belas e trágicas histórias de amor.

Um abraço
 
... adorei ler o excerto que escolheste ...

será sempre uma eterna história de amor ...

beijinhos
 
Excelente escolha neste pequeno enxerto.
Será sempre uma grande história de amor que o tempo não apaga.

Bjs Zita
 
Como são lindas todas as histórias de amor...esta então não tem igual.
Beijão grande
 
Um blog, creio que ainda jovem, mas que promete.
Eu também prometo voltar.
 
A figura de Inês de Castro sempre esteve presente em minha imaginação, agora novamente aguçada por esta bonita referência à obra de Maria Pilar. A leitura deste post, certamente fará muitos desejarem ler o livro. Ponto para a cultura.

Um beijo.
 
Esse trecho do livro de
Maria Pilar me incita a lê-lo. Obrigada por o indicar. Abraço
 
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