quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Longe de ti...
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Longe de ti, na cela do meu quarto,
Meu corpo cheio de agoirentas fezes,
Sinto que rezas do Outro Mundo, harto,
Pelo teu filho, Minha Mãe, não rezes!
Para falar, assim, vê tu! já farto,
Para me ouvires blasfemar, às vezes,
Sofres por mim as dores cruéis do parto
E trazes-me no ventro nove meses!
Nunca me houvesses dado à luz, Senhora!
Nunca eu mamasse o leite aureolado
Que me fez homem, mágica bebida!
Fora melhor ter nascido, fora,
Do que andar, como eu ando, degredado
Por esta Costa d'África da Vida.
António Nobre
Coimbra, 1889
Extraído do livro: SÓ
Longe de ti, na cela do meu quarto,
Meu corpo cheio de agoirentas fezes,
Sinto que rezas do Outro Mundo, harto,
Pelo teu filho, Minha Mãe, não rezes!
Para falar, assim, vê tu! já farto,
Para me ouvires blasfemar, às vezes,
Sofres por mim as dores cruéis do parto
E trazes-me no ventro nove meses!
Nunca me houvesses dado à luz, Senhora!
Nunca eu mamasse o leite aureolado
Que me fez homem, mágica bebida!
Fora melhor ter nascido, fora,
Do que andar, como eu ando, degredado
Por esta Costa d'África da Vida.
António Nobre
Coimbra, 1889
Extraído do livro: SÓ
Etiquetas: Poemas
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Lembraste-me a magia de àfrica,onde nasci -Moçambique, e um liceu onde estudei no Porto -António Nobre.
Abraço
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