terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

 

LUIS VAZ DE CAMÕES

NOTAS BIOGRÁFICAS

Filho de Simão Vaz e de Ana de Sá, ou Ana de Macedo - mulher nobre de Santarém.

Muito pouco se sabe sobre a vida do Poeta, votado ao ostracismo no seio da sociedade da época.
Os milhares de páginas escritas sobre o assunto, só provam a exiguidade dos dados realmente incontroversos.
Nem mesmo da data e o local do seu nascimento há certezas.
Uma de duas datas, 1517 ou 1525, parece ser a mais provável. A primeira por ser referida por Manuel Correia, seu contemporâneo e amigo, no comentário à edição de 1613 de Os Lusíadas. A segunda citada por Manuel de Faria e Sousa, baseado num registo da Casa da Índia.
Quanto aos locais, apontam-se entre outros, Lisboa, Coimbra, Santarém e Alenquer, ainda que seja a vila de Constança a reclamar o acontecimento.

Possuidor de elevada cultura desconhece-se onde terá estudado. Há quem defenda que terá sido aluno do Colégio da Ordem de São Domingos, mas há quem afirme que estudou na Universidade de Coimbra, onde Bento de Camões, seu familiar, foi figura importante, como chanceler. Porém, nos registos da Universidade não consta a sua matrícula.
Contudo, parece não restarem dúvidas de que conheceu e frequentou a cidade.

Como escudeiro, em Ceuta, perdeu o olho direito em combate, conforme relata Pedro de Moniz, seu primeiro biógrafo.

Em 1552, no dia do Corpo de Deus, numa escaramuça no Rossio, Lisboa, feriu Gonçalo Borges o que o levou à cadeia do Tronco. Perdoado pelo queixoso, sai, obtido o perdão real, para servir como soldado na Índia, onde escreveu grande parte da sua obra, nomeadamente Os Lusíadas.
Sabe-se que esteve no estreito de Meca, em Malaca, na China. Tem relações de amizade com Garcia de Orta e com Pêro de Magalhães de Gândavo.
Em 1567 está em Moçambique, levado pelo capitão Pêro Barreto. Diogo do Couto refere nessa altura que ele vivia tão pobre que «comia de amigos». E são esses amigos que subsidiam o seu regresso a Lisboa, onde terá aportado no dia 7 de Abril de 1570.

Só quando em Julho de 1572 D. Sebastião lhe outorga uma tença de 15.000 reis, pela publicação de Os Lusíadas, se volta a ter notícias dele. É desse privilégio régio que viverá modestamente até ao fim dos seus dias, em 1580.

Um dedo de censura parece ter-se esforçado por eliminar toda a sua história, mas a tradição, foi-lhe, paço a paço, compondo o perfil sublime.

Além da sua maior obra, Os Lusíadas, verdadeira Bíblia Pátria, Camões escreveu também três autos: Auto dos Enfatriões, El-Rei Seleuco e Filodemo. A sua obra, que não se esgota aqui, ficou, contudo, amputada com o roubo, em Moçambique, do seu Parnaso Lusitano, segundo o seu discípulo confesso Fernão Rodrigues Lobo Soropita que, quinze anos após a morte do POETA, publicou a primeira edição das Líricas.

(Fonte: Dicionário Enciclopédico da História de Portugal)

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Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Este espaço teria que iniciar-se com uma publicação sobre os dados de alguém que foi, sem sombra de dúvida, o maior POETA de todos os tempos.
Devido à nebulosidade que envolve a sua vida, a informação de que se dispõe é escassa e controversa. Mas que importância pode isso ter face à grandiosidade da sua obra?
Esta postagem, sem pretender rigor histórico, é, antes de mais, uma homenagem a Luís Vaz de Camões.
H.G.
 
Bem-vindo ao mundo da blogosfera.
Vim agradecer a visita e conhecer esta página que, pelo artigo inicial, promete qualidade.
Parabéns!
Um abraço
 
Pois...

Que teu início te estimule sempre a continuar...


Obrigada por tua visita e apareça sempre que sentir vontade!!!

Abraço,
Cris
 
Peço desculpa pela invasão mas tenho uma observação a fazer. Há um erro cronológico no seu texto. Onde diz que em "1522" Camões terá ferido Gonçalo Borges, foi em 1552, e não 1522, visto que, nesse ano Camões poderia nem sequer ser nascido. Sei que foi apenas um engano na escrita, mas quis deixar uma observação na mesma.
Obrigada
 
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